Estudos mostram que o diagnóstico de autismo em meninas costuma ser mais tardio ou até negligenciado. Isso pode causar sofrimento silencioso, atrasos no apoio e diagnósticos errados, como TDAH ou ansiedade social.

Em uma revisão feita pela neurocientista Gina Rippon, mais de 70% dos estudos sobre o cérebro autista não incluíam meninas.

O que isso causa?

➡ Um modelo de diagnóstico masculino, que não representa a vivência feminina no espectro.

➡ Muitas meninas autistas camuflam os sintomas — o que dificulta ainda mais a identificação.

O que é camuflagem social?

É quando a criança aprende a imitar comportamentos sociais “aceitáveis”, mesmo sem compreendê-los totalmente. Muitas meninas mascaram seus desafios para se encaixar — o que confunde os observadores e atrasa o diagnóstico.

Por isso, na avaliação neuropsicológica, devemos olhar com atenção e sensibilidade para os sinais mais sutis, respeitando as individualidades e os contextos de cada criança. O autismo pode ter muitas formas de se manifestar e todas elas merecem ser reconhecidas. Afinal, cada paciente é único e merece esse olhar individualizado.

Referências:

Livro: Fora do espectro: por que a ciência do autismo falhou com mulheres e meninas (2025)

Estudo: Lai et al., JAACAP, 2020 – DOI: 10.1016/j.jaac.2019.10.008